terça-feira, 30 de junho de 2009

ABIDORAL JAMACARU, o último dos Kariris!

Passos largos, cabisbaixo, tendo o silêncio como companhia, mostra-se compenetrado com algo do impossível para muitos de nós.
Ao ser abordado, responde com a mansidão dos poetas e calculadamente sem desafinar, tal qual as notas de uma canção.
E assim vem e assim vai, Abidoral Jamacaru "O Último dos Kariris", que não desiste na defesa de suas verdades, suas raízes e sua gente, lembrando um "Moicano", uma outra história.
Ouvir as canções do Abidoral, é como se adentrássemos à Chapada do Araripe e pudéssemos conviver com a sua plenitude, pisar no seu chão molhado de orvalho e de sereno, lugar que orgulhosamente digo que é onde começa o nosso país.
"Toda luta tem perigo e inspira um afã/Uma vida tem mistério conta a cor de uma romã/Era Bárbara, dona Bárbara/Alma linda no perdão/Muito bárbara mente bárbara/ Te aceno na canção...", essa é mais uma grande obra desse Cantador a qual intitula o seu novo CD - Bárbara, com parceria do irmão Pachelly e acompanhado de um elenco de músicos incontestáveis, contribuindo com a grandeza necessária desse novo trabalho de um homem que faz parte da reserva cultural e intelectual do Cariri.

IRÃ - UMA DEMOCRACIA DISTANTE

Votos foram recontados, mas não adiantou. O Conselho de Guardiães, máxima instância constitucional do Irã e responsável pela fiscalização das eleições, confirmou ontem os resultados do pleito do último dia 12 de junho, que deram a vitória ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Um dos mais poderosos e conservadores órgãos do Irã, o Conselho de Guardiães é formado por seis especialistas em lei religiosa – indicados pelo líder supremo do país – e por seis especialistas jurídicos indicados pelo chefe do Judiciário (estes com aprovação do parlamento).

Também ontem, Ahmadinejad pediu uma investigação sobre a morte da iraniana Neda Soltani, que causou comoção internacional. Para a oposição, Neda se tornou um ícone, após a ampla divulgação de um vídeo na internet que mostra seus momentos finais durante um protesto em Teerã. Ela foi morta com um tiro, supostamente por uma milícia governista.
http://zerohora.clicrbs.com.br/

"OS VELHOS DE BRASÍLIA NÃO PODEM SER ETERNOS..."

Chamou atenção a forma incisiva como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu em defesa do senador José Sarney (PMDB/AP), logo no início da atual crise no Legislativo.

"Eu penso que o Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como uma pessoa comum", disse Lula que, não contente, articulou a blindagem de Sarney no Senado.

Os motivos que Lula tem para defender Sarney devem ser muito valiosos, posto que os custos de tal movimentação política são elevados diante da opinião pública.

Há dois principais motivos políticos para este apoio. O primeiro é a presunção de que Sarney mais agrega do que desagrega entre seus pares no Senado. Nesse sentido, Lula aumenta suas chances de conseguir estabilidade no Congresso tendo Sarney à frente da Casa Legislativa.

Há também a avaliação feita por José Dirceu de que o apoio dado a Sarney aproxima o PMDB da candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto, em 2010. Peça-chave no quebra-cabeças eleitoral, o PMDB será, sem dúvida, bem tratado por Lula.

Porém a relação Sarney-Dilma vai um pouco além do apoio político. Há quatro peças fundamentais no desenvolvimento econômico do Maranhão que contam muito para uma campanha de Dilma.

1) PAC, Política e Energia

A “mãe do PAC”, como foi chamada Dilma, certamente buscará dividendos políticos no investimento de aproximadamente R$ 646 bilhões que o Programa de Aceleração do Crescimento realiza no Brasil.

2) Agroindústria

Associados aos investimentos em energia e logística, vêm junto fortes investimentos no agronegócio de larga escala e na agroindústria. Além do Maranhão, esses também vão chegar ao Piauí, que irá se beneficiar de parte da geração de energia elétrica.

3) Logística de Transporte

O eixo entre Imperatriz e Açailândia, na região Sudoeste do estado, vai se tornar um pólo de logística.

Ali está o entroncamento das estradas de ferro Carajás e Norte-Sul, esta última concebida no governo do então presidente da República José Sarney.

4) Refinaria da Petrobras

Distante apenas 20 km da capital do estado, o pequeno município de Bacabeira, com cerca de 15 mil habitantes, vai receber uma refinaria da Petrobras. Chamada de “refinaria Premium”, ela deverá ser uma das maiores e mais modernas do país. Seu custo de instalação é calculado em aproximadamente US$ 20 milhões.

Lula e Dilma ganham com a bonança do desenvolvimento e esperam colher uma boa safra entre os pouco mais de 4 milhões de eleitores maranhenses registrados no Maranhão – fora aqueles eleitores que a pobreza local expulsou do estado ao longo dos anos.Olympio Barbanti Jr.*

*Jornalista e consultor, é PhD em Políticas Sociais e Gestão pela London School of Economics.

Charge:http://mesquita.blog.br/wp-content/imagescaler/1414bdc774fc1125f2a29ae4c7d8d023.jpg

MADOFF pega 150 anos de prisão


“Valeu a pena, Sr. Madoff?” pergunta Robert Chew, uma das vítimas da pirâmide de Madoff neste artigo que assina para o Time Mag.

Você sempre soube. Poderia ter parado com isso há anos e salvado milhares de pessoas da família, amigos, aposentados e obras de caridadea da ruina financeira, mas você continuou nas areias movediças de seu crime.

Choramos como crianças quando soubemos de sua fraude há três meses. Você chorou? Naquela noite trememos de medo, quando soubemos que todo o nosso dinheiro havia ido embora. Nossos sonhos foram varridos.

Você trocou 40 anos de boa vida por 15 ou 20 anos de prisão. Você não sabia? Ou sabia e não se importava? Você talvez seja o símbolo da ganância de nosso tempo, à custa de sua vida e de todo o nosso sistema social.

Não é difícil imaginar sua argumentação: “Comecei nisso inocentemente. Vocês foram tão gananciosos quanto eu. Doei muito dinheiro para obras de caridade”.

Não, Sr. Madoff, você levou nosso dinheiro e doou nosso dinheiro para você. No fundo, o resumo de sua vida é fazer aos outros sofrer, como um ladrão mesmo. Aqueles extratos falsos representavam sua vida de falsidade, o seu sonho louco, como um menino que vira Superman ao colocar uma capa. Você nunca cresceu.

Sinto pena de você, Sr. Madoff. Acabou com sua vida e devastou as de milhares. Mas há uma diferença entre nós: estamos ainda no jogo, lutando, reinventando-nos, aprendendo lições duras e talvez mudando para uma vida melhor, se sobrevivermos.

Você, por muito tempo, tem sido um homem morto andando. E você sabia disso. Agora, tudo que tem é uma cela, onde passará o restante de seus dias refletindo. Você está na lista dos maiores criminosos da história. Valeu a pena, Sr. Madoff?

Diga-nos que está arrependido, Sr. Madoff. Será como declarar que você é humano, e não um monstro. A gente pode perdoar, a gente pode ir em frente. Nós ainda temos tempo para esquecer e gozar um dia de primavera, fazer amor, sorrir para nossos filhos sabendo que fizemos o melhor que podíamos. Você, Mr. Madoff, não pode. De certa forma, renascemos, enquanto você morreu.

Valeu mesmo a pena, Sr. Madoff?

http://leiajunto.wordpress.com/2009/03/12/uma-cela-para-madoff/

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Origem da fogueira

Grandes fogueiras são tradição do São João brasileiro e europeu
Balão de São João em Portugal, cidade do Porto

De origem européia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde" em árvore de natal, a fogueira do dia de "Midsummer" (24 de Junho) tornou-se, pouco a pouco na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João européias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Estas celebrações estão ligadas às fogueiras da Páscoa e às fogueiras de Natal.

Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte.

VIDA DE SÃO PEDRO

VIDA DE SÃO PEDRO

Pedro, cujo nome era Simão, era natural de Betsaida, povoação na Galiléia, às margens do lago de Genesaré, também conhecido como mar de Tiberíades. Era filho de Jonas e pescador de profissão. Tinha, juntamente com seu irmão André e com Tiago e João, filho de Zebedeu, uma pequena frota de barcos pesqueiros.

Como as pescas eram temporárias e os pescadores do mar da Galiléia tinha tempo livre durante a baixa estação, presume-se que foi durante um desses períodos que André, indo ao encontro de João batista no rio Jordão, encontrou Jesus. "vi o messias", disse André ao irmão. E Simão, que tinha um temperamento vivo e ardente e era muito religioso, não sossegou enquanto André não o levou até Jesus.

Simão era de temperamento autoritário, impulsivo, sempre entusiasmado embora às vezes desanimasse com facilidade. Mas era também franco, bondoso e extremamente generoso. E Jesus, que era um exímio "conhecedor" de homens, após olhar longamente para ele diz: "a partir de hoje você vai se chamar Pedro". Mudar o nome para outro mais significativo era freqüentemente mudar de orientação e de modo de viver. E foi assim que Simão, o pescador da Galiléia, deixou para trás toda uma história de vida e iniciou outra vida e uma nova história: agora não mais como Simão, mas como Pedro, o pescador de homens.

É verdade que Pedro publicamente renegou a Jesus por três vezes. Mas é verdade também que por várias vezes publicamente professou sua fé. "aonde iremos, senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?" "tu é o cristo, o filho do deus vivo". "senhor, tu sabes que te amo".

Pedro era a pessoa chave no grupo dos doze e em várias ocasiões Jesus o distinguiu com um favor especial. É quase certo que esteve presente nas bodas de Caná. Foi testemunha da gloriosa transfiguração do senhor, no monte Tabor; e foi ele que, em companhia de João foi encarregado de preparar o cenáculo, para a celebração da páscoa ou a última ceia.

Quando Jesus foi preso, apenas Pedro, em companhia de João, teve a coragem de segui-lo. Reconhecido, porém, como um dos discípulos, negou que conhecesse tal homem. Mas nem essa tríplice negação, chorada amargamente por ele, nem a dor e o arrependimento, traduzidos num copioso pranto, diminuíram sua confiança e seu amor ardente pelo mestre. Também o mestre não diminuiu sua ternura pelo discípulo que lhe era tão caro. Ao contrário, demonstrou-a claramente nas perguntas que lhe dirigiu junto ao mar de Tiberíades poucos dias antes de sua ascensão: "Pedro, tu me amas?". E após a resposta afirmativa, com estas palavras "apascenta meus cordeiros", Jesus o confirmou no primado da igreja e lhe entregou todo o rebanho.

Depois de muitas labutas e sofrimentos, depois de entregar e empregar a vida em fazer o mundo conhecer e amar a Jesus cristo, depois de contribuir para estabelecer a igreja em todo o universo, Pedro viu finalmente chegar o seu fim na terra. Corria o ano de 64 e ele se encontrava encarcerado. Tiraram-no do cárcere e o levaram para ser crucificado mas ele conseguiu que os carrascos o pregassem na cruz de cabeça para baixo porque não se achava digno de ser tratado como seu divino mestre.

A festa de são Pedro, juntamente com a de são Paulo, foi colocada no dia 29 de junho provavelmente para ocupar o lugar de uma antiga celebração pagã que comemorava nesse dia a festa dos mitos Rômulo e Remo, considerados os pais da cidade de Roma.
http://www.geocities.com/Athens/Delphi/7090/padroeiro.htm

Fomento à Produção Cultural

Funarte/MinC lança três novos editais na terça-feira, 30 de junho, em São Paulo

A Fundação Nacional de Artes do Ministério da Cultura está lançando na próxima terça-feira, dia 30 de junho, três novos editais de fomento à produção artística e cultural no país: Prêmio Interações Estéticas e Bolsas Funarte de Criação Literária e de Produção Crítica de Conteúdos Artísticos. A cerimônia de lançamento se realizará no Complexo Cultural da Funarte/MinC em São Paulo (Alameda Nothmann, nº 1.058, Campos Elíseos), às 17h.

Estarão presentes o presidente da Funarte/MinC, Sérgio Mamberti, e o secretário do MinC, Célio Turino, de Cidadania Cultural. O cantor e compositor Jorge Mautner fará uma breve apresentação do projeto Trilogia Maracatu Atômico- Movimento 01- Kausnaviau, premiado na última edição do edital de Interações Estéticas.

Prêmio e Bolsas

O primeiro edital a ser lançado é o Prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura 2009, em parceria com a Secretaria de Cidadania Cultural (SCC/MinC), antiga SPPC. Nesta modalidade está previsto um investimento de R$ 2,30 milhões para apoiar 71 projetos de produções artísticas desenvolvidos dentro dos Pontos de Cultura conveniados com o ministério.

As propostas de atividades e produtos finais poderão ser apresentadas nas diversas linguagens artísticas, sem restrições de temáticas ou suportes, desde que integradas com as ações do Ponto de Cultura e do público participante. Podem se inscrever proponentes de todas as regiões do país.

A segunda iniciativa que será lançada é a Bolsa Funarte de Criação Literária voltada ao estímulo de projetos de criação e pesquisa de linguagens na área da Literatura, concedidas a trabalhos inéditos, com o objetivo de ampliar a produção e a difusão deste segmento artístico no país. Nesta seleção serão destinados recursos no valor de R$ 300 mil para a concessão de dez bolsas de apoio à produção literária, sendo duas para cada região do país.

O terceiro concurso é a Bolsa Funarte de Produção Crítica de Conteúdos Artísticos em Mídias Digitais/Internet destinado ao fomento de atividades de reflexão sobre as manifestações artísticas contemporâneas realizadas no ambiente digital, com vistas a produção de estudos qualificados que venham a ampliar a compreensão e o debate no campo das artes. Para este edital está previsto um orçamento de R$ 150 mil a ser distribuído entre cinco projetos de produção de conteúdo crítico, um em cada região.

Ainda dentro da programação haverá um seminário sobre Interações Estéticas que irá reunir os participantes premiados no edital de 2008 para relatarem suas experiências com o projeto. O encontro será realizado na quarta-feira, dia 1º de julho, no mesmo local do lançamento dos editais. Confira o convite.

(Patrícia Saldanha, Comunicação Social/MinC)



Brasília - O PSOL entra amanhã (30), ao meio-dia, com representação no Conselho de Ética do Senado contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Se aceita pelo colegiado, a investigação poderá resultar em processo de cassação do mandato do senador. O partido entrará também com representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que já presidiu o Senado e renunciou ao cargo para não perder o mandato.

A representação contra Sarney será entregue pela ex-senadora e atual vereadora em Maceió, Heloísa Helena, que preside o PSOL, ao lado dos parlamentares do partido: senador José Neri (PA) e deputados Ivan Valente (SP), Chico Alencar (RJ) e Luciana Genro (RS).
Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil


O paraibano Geraldo Pedrosa de Araújo Dias completou 70 anos no dia 12 de setembro de 2005. Nascido em João Pessoa, aos 16 anos foi para o Rio de Janeiro. Entre ginásio e colégio, passou por Nazaré da Mata (PE) e Juiz de Fora (MG). No Rio, estudou Direito (de 1957 a 1961) para satisfazer a família, mas depois pendurou o diploma e foi viver de música. Ou de arte. O sobrenome artístico veio do segundo nome do pai, o médico José Vandregísilo. Começou usando o nome artístico de Carlos Dias, homenagem aos cantores Carlos Galhardo e Carlos José. O Dias era de seu próprio sobrenome. Foi influenciado pela Bossa Nova, mas depois introduziu outros elementos em sua música – “em termos musicais, ele começava a travar uma luta sonora com o meio ambiente da bossa nova e com suas próprias influências jazzísticas”, escreveu o crítico Tárik de Souza, em artigo publicado no livro Oitenta (L&PM Editores, 1979).julho de 1991.Dez entre dez pessoas citarão “Pra não Dizer que não Falei das Flores” (subtítulos "Caminhando" e "Sexta Coluna") como a sua música mais famosa. Outros lembrarão de “Disparada”, celebrizada por Jair Rodrigues. Poucos, certamente, lembrarão de “Pequeno Concerto que virou Canção”, “Samba em Prelúdio”, “Quem Quiser Encontrar Amor”, “Canção Nordestina”. E quem lembrará que foi Vandré quem primeiro defendeu uma música de Chico Buarque em um festival? Pois foi ele quem cantou “Sonho de um Carnaval”, do novato Chico, no 1° Festival de Música Popular Brasileira, em 1965. Os dois dividiriam o prêmio do Festival da Música Popular Brasileira em 1966, quando "A Banda", de Chico, e “Disparada”, de Vandré e Théo de Barros, dividiram a torcida. "A Banda" ganhou no júri, mas o prêmio foi dividido por imposição do próprio Chico.Em setembro de 1968, seria a vez de Vandré sair em defesa de Chico – e de Tom Jobim –, diante de milhares de pessoas no Maracanãzinho (jornais da época falam em 30 mil), no Rio de Janeiro. A maioria queria ver “Caminhando” como vencedora da fase nacional do 3° Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, e por isso vaiava a decisão do júri, que escolhera “Sabiá”. “Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda merecem o nosso respeito. (...) Pra vocês que continuam pensando que me apóiam vaiando... (...) A vida não se resume em festivais”, disse Vandré, enquanto a multidão acenava com lenços brancos.Pouco depois, em dezembro de 1968, ele sumiu dos palcos. Naquele período, “Pra não Dizer que não Falei das Flores” foi proibida e sua cabeça, posta a prêmio. Em artigo publicado em outubro daquele ano no jornal O Globo, Nélson Rodrigues chegou a afirmar que “nunca se viu uma Marselhesa tão pouco Marselhesa”. Sentindo-se ameaçado, Vandré decidiu desaparecer (na mesma época, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos). Segundo o compositor Geraldo Azevedo, no dia em que foi decretado o Ato Institucional 5 (13 de dezembro de 1968), Vandré e o Quarteto Livre (do qual Azevedo fazia parte) iriam se apresentar em Brasília. Depois de permanecer escondido por amigos, ele fugiu disfarçado e com passaporte falso no carnaval de 1969.No Chile, seu primeiro destino, Vandré manteve contatos com artistas locais e gravou um compacto com as músicas “Desacordonar” e “Caminando” – quem recebeu da mão dele um desses compactos tem o exemplar numerado pelo próprio autor. De lá, viajou para a Europa – no final de 1970, gravaria na França o pungente “Das Terras de Benvirá”, seu quinto LP – e seria o último, lançado no Brasil apenas em 1973 (na França, foi lançado um compacto, "La Passion Bresilienne"). "Foi algo quase de improviso", conta Marcelo Melo, que participou da gravação e pouco depois formaria o grupo Quinteto Violado. Em 1971, Vandré voltou ao Chile. Em 1972, ganharia um festival no Peru com "Pátria Amada Idolatrada, Salve, Salve", parceria com Manduka (falecido em 2004), filho do poeta Thiago de Mello e da jornalista Pomona Politis. O retorno oficial ao Brasil aconteceu em 21 de agosto de 1973. “Quero agora só fazer canções de amor e paz”, declarou ao Jornal Nacional, na chegada, em Brasília, lembrando que nunca esteve vinculado a qualquer grupo político.Na verdade, Vandré teria chegado ao Brasil um mês antes, em julho de 1973. Foi direto ao I Exército, no Rio de Janeiro. A sua permanência no país teria sido condicionada à entrevista ao JN. “Nunca fui preso, torturado, essas coisas que dizem por aí”, afirmou à revista VIP Exame em março de 1995. Essa é uma parte obscura da vida do cantor, que enfrentou sérias crises de depressão. De todos os artistas daquela geração, foi o único a não se apresentar novamente em um palco brasileiro, embora continue a fazer música.No início de agosto de 1982, por volta de 200 pessoas testemunharam a volta de Geraldo Vandré aos palcos. Foi em uma sala de cinema em Puerto Stroessner, na fronteira do Paraguai com o Brasil. Cantou do lado paraguaio. Defendia a anulação de todos os atos praticados com base no AI-5 – o que, na prática, significaria o retorno à Constituição de 1946. “Não houve aplausos nem gritos (na entrada de Vandré)”, contou a repórter Ruth Bolognese, do Jornal do Brasil, em texto publicado dia 9 de agosto. Foram dez músicas, quase todas inéditas. “E falam em liberdade, soldados, homens fracos e fortes, homens aprendendo a ser gente.”Era o mesmo Vandré capaz de, numa noite qualquer de um sábado de 1985, pedir para esperarmos diante de um Pronto-Socorro municipal na zona norte de São Paulo, de onde ele sairia uma hora depois disposto a discutir os motivos pelos quais a cadeira de dentista é tida como um local de sofrimento. Ou capaz de ser preso em novembro de 1974, após se desentender com um taxista em Mogi das Cruzes, interior paulista, e terminar o dia jantando na casa do delegado.“Assim como outros grandes, o tronco Vandré resultou em vários galhos relevantes”, escreveu, em 1999, o jornalista Luís Nassif, citando Quinteto Violado – que em 1997 gravaria um CD só com músicas dele –, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai. Sábado, dia 17 setembro, talvez tenha sido realizada a única homenagem pública a Vandré: Jair Rodrigues, que imortalizou “Disparada”, e o próprio Quinteto Violado se apresentaram em Brasília, justamente onde haveria o show em 1968, quando a carreira de Vandré foi interrompida. "Sinto falta dele", diz Jair.Um homem que recusou delicadamente um pedido de entrevista, feito anos atrás, com a seguinte resposta, escrita à mão: “Trata-se de uma sociedade para a qual a BELEZA cumpre função secundária e dispensável. Aqueles que se ocupam da beleza têm, portanto, função secundária e dispensável". Mas ele termina a mensagem dizendo que "sem beleza não existe O HOMEM FELIZ”. E assina: Vandré, com um PS datado de 14 de junho de 1995: “Cada vez mais distante”.Muitos o consideram louco. Certamente, ele não tem certas convenções sociais. Nassif chamou-o de “solitário e desconexo”, “triste como a própria solidão na qual se meteu”. Mas se Vandré sempre buscou a beleza, talvez seja um homem feliz. Vitor NuzziSão Paulo, 27/9/2005




Bandeira de Cantador


Esse é o título do mais novo e 2º CD de Fernandinho Ferreira, que teve lançamento no Dia do Pau da Bandeira/2009, na Festa de Santo Antonio de Barbalha.

O Fernandinho logo após o lançamento, viajou para Abaré(Ba), onde é Gestor Cultural, dando continuidade ao lançamento do seu novo CD nas cidades ribeirinhas do Rio São Francisco.

Retorna ao Cariri nesse próximo dia 10 para fazer lançamento na cidade do Crato(Ce), com apoio do Bar Alegreto, ao lado da Urca, levando para os Cratenses, além do novo CD a música Lenda da Batateira, na letra do compositor e irmão Hildegardis Ferreira.

Sempre em defesa do regionalismo, mas nesse novo CD surpreende com a música Bandeira de Cantador que vem ritmada ao som de uma guaranea.

Essa é mais uma proposta vinda do berço cultural chamado Cariri.