-Diz – nos a Historia a mestra da vida que o Cariri foi visto pelo homem branco por volta de 1705, aproximadamente. Colonizadores, sergipanos, baianos, e portugueses aqui chegaram pelo Riacho dos Porcos e, deslumbrados, viram o Cariri panela da cachoeira de missão velha para eles deve ter sido um verdadeiro deslumbramento: muito verde, matas densas, rios cheios, fontes perenes água! Sinceramente ate tenho inveja deles por esta visão paradisíaca que infelizmente hoje não mais existe.
--Se vinham com fome fartaram se de tanta fruta a sombra de arvores seculares. Ao longe logo vislumbraram o verde azulado da chapada do Araripe, moldura da visão do Cariri. Era o paraíso encravado no sertão do nordeste um oásis de verdura, um verdadeiro pomar vigiado pelos aguerridos índios Cariris que com o desdobrar dos tempos deram nome a região.
--Ciumentos do paraíso em que moravam os índios nativos logo sentiram que os homens de pele branca vinham decididos a disputarem sua terra dadivosa e boa, tangida por uma aragem amena e refrescante. Ate então o seu cobiçado paraíso era disputado pelos seus irmãos Inhamuns e Carius, entre outros. Agora em vez de flechas, era a dureza do metal das balas dos colonizadores. Sim porque nem sempre o poder moderador dos missionários católicos era suficiente para amainar a belicosidade dos invasores sedentos de terras e de ouro. E no centro deste paraíso estava a região que seria Barbalha com o baixio do salamanca coberto de matas pouco a pouco o colonizador Souza Goulart
Começou a explorar os sítios pioneiros, lama, Brito e Salamanca.
--Quebrando a monotonia do baixio de terras planas havia uma ondulada colina onde, tempos depois foi instalada uma rústica hospedaria dirigida por uma senhora, dona Barbalha, que daria o nome da cidade que o futuro se encarregaria de trazer no bojo, mas Barbalha teria de nascer com ares de nobreza. Mem de Sá, vindo de terras férteis de Sergipe, seria no futuro o proprietário de um engenho de rapadura localizado as margens do riacho do ouro, mais ou menos onde hoje fica a praça engenheiro Doria, Francisco Magalhães Barreto e Sá ou Sá Barreto, para outros.
--No meu modesto, modo de entender, a certidão de nascimento de Barbalha é a petição de Francisco Magalhães Barreto e Sá e sua esposa Ana Polucena de Abreu e Lima, pedindo licença a igreja católica para construir uma capela em louvor de Santo Antonio, santo de sua devoção, no seu próprio sitio. Era março de 1778, Manoel Antonio da Roxa ou Rocha recebeu a petição que foi deferida pelo bispo de Pernambuco Dom Frei Diogo de Jesus Jardim, já que, aquela época, canonicamente dependia de Pernambuco.
--A dita capela fazia parte da histórica freguesia de São Jose dos Cariris Novos, ou Missão Velha. Pouco a pouco Francisco Magalhães foi erguido a capela que levou aproximadamente 10 a 12 anos para ser concluída sendo finalmente inaugurada na antevéspera de natal de 1790, pelo 4° pároco de São Jose dos Cariris Novos, Padre André da Silva.
Pois bem, em torno da capelinha primitiva, Barbalha nasceu e cresce ate hoje.
Já lá se vão 210 anos de vida antonina. Portanto mais de dois séculos! A paróquia só viria em 30 de agosto de 1876, desmembrada de São Jose dos Cariris Novos, Missão Velha. Portanto Barbalha e filha canônica de Missão Velha. E assim Barbalha vem caminhando ate este limiar do 3° milênio, com passos vagarosos, mas firmes, tendo hoje em torno de seus 55.000 habitantes no seu município com invejáveis tradições culturais.
Trecho do texto de:
Napoleão Tavares
Ano I n° 1 - Barbalha Ceara - Janeiro de 2001 - pagina 08
Fonte:www.barbalha.ce.gov.br/
Foto: Prof. Aldo Luna
No dia 17/09/2010 dr. Napoleão completa 80 anos de existência. Nossa homenagem a ele:
ResponderExcluirEra uma vez um que, há 80 anos, nasceu menino de engenho no Belo Horizonte de um Jardim. Atravessou Porteiras, venceu Araripe, fez-se forte numa Fortaleza e na jangada da vida aportou num arRecife. Napoleão, venceu batalhas, fez-se doutor da medicina. No lombo do ideal retornou ao ninho. Vencedor sempre, tornou-se doutor nas letras, na oratória e principalmente na vida. E sua jangada continua velejando no oceano do existir, raras vezes em mares calmos, o mais das vezes vencendo procelas. Sem naufragar, sem desistir. E os 80 anos ainda o encontram menino de engenho, provando a doce rapadura quente, bebendo a deliciosa garapa, montando os burros de cambitar cana, brincando na bagaceira.
Parabéns menino de engenho. Segue em frente, felicidades ...