A saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), das dependências da Casa nesta quarta-feira (1º) provocou tumulto e agressões de seguranças a jornalistas. A confusão aconteceu depois de Sarney ter decidido encerrar a sessão plenária de hoje, por volta das 16h, em razão da morte do deputado Dr. Pinotti (DEM-SP).
No caminho até a saída principal do Senado, o peemedebista foi escoltado por seis seguranças, que evitaram a abordagem de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. Um deles agrediu o repórter Danilo Gentili, do Custe o Que Custar (CQC), programa humorístico-jornalístico da TV Bandeirantes. Danilo queria perguntar a Sarney quais serão os próximos passos do senador em meio à crise institucional, agravada com o caso dos atos administrativos secretos.
O Congresso em Foco conversou rapidamente com Danilo Gentili, que já havia sido agredido também na chegada de Sarney ao Congresso. Pela manhã, o repórter havia perguntado ao peemedebista como era “não ser tão poderoso” quanto o ex-presidente da República pensava ser. Foi quando um segurança o agarrou por trás e, com truculência, arremessou-o ao chão. "Ele tem direito de não falar. E eu tenho o direito de perguntar", observou Danilo, antes da segunda agressão.
“Eles me chutaram e me empurraram, e eu não fiz nada. Só perguntei”, disse Danilo, que já foi impedido de entrar no Congresso meses atrás. As imagens devem ser levadas ao ar na próxima edição do CQC, na segunda-feira (6). Danilo também perguntou a Sarney, em vão, se um eventual afastamento da presidência pioraria ou melhoraria a situação do Senado. O repórter disse que, se o segurança for particular, abrirá processo judicial. Do contrário, destacou, nada fará. "Quero que a Casa fique me devendo uma."
Danilo disse ainda que, ontem (terça, 30), sua equipe foi impedida de fazer gravações no Senado. A Primeira Secretaria, responsável pela emissão de credenciais para jornalistas, alegou que a segurança analisou o cenário do dia e achou melhor liberar a entrada do CQC, com credencial provisória, apenas para hoje e amanhã (quinta, 2). O procedimento não é normal, o que deixou Danilo desconfiado.
Sarney resolveu deixar o plenário e ir direto à chapelaria do Senado, onde um carro oficial com seguranças o esperava com o motor ligado. Limitou-se a dizer que não estava conseguindo andar devido ao assédio da imprensa, e que não iria dar declarações sobre a crise institucional.
Ocorrida na madrugada desta quarta-feira (1º), a morte do deputado Dr. Pinotti levou à suspensão, tanto na Câmara quanto no Senado, das votações em plenário e nas comissões (leia mais).
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