quarta-feira, 1 de julho de 2009

Rabino Shmuley Boteach fala a verdade sobre Michael Jackson.

Rabino Shmuley Boteach fala a verdade sobre Michael Jackson.

Posted by: cesarbarroso on: June 30, 2009


O rabino que foi amigo do cantor por muitos anos falou hoje pela CNN em alto e bom tom: “Michael Jackson era uma alma torturada”.

A entrevista a Campbell Brown está causando sensação por causa da honestidade do rabino em analisar os problemas de Michael.

Em 2004 Boteach disse a Michael que ele morreira cedo se não parasse de se drogar.

“Michael pensava que tinha problemas físicos, queixava-se de dores aqui e acolá, mas o seu problema era de alma. Ele era extremamente infeliz. Ele se sentia sem propósito, letárgico. Ao invés de se reinventar e entrar numa nova fase, ele preferiu medicar a sua dor. E não há corpo humano capaz de aguentar esse assalto. Era inevitável, era chocante, era trágico. Mas poderia ser facilmente evitado”, disse o rabino.

Perguntado se ele falou com Michael sobre o abuso das drogas, Boteach respondeu: “Você está brincando? Mostrei-lhe que poderia, como uma das pessoas mais influentes do mundo, consagrar a sua vida aos direitos das crianças. Mas ele precisava se drogar antes de aparecer em público. Eu lhe disse: Michael isso é veneno. Isso está lhe matando.”

“Ele repetia para mim: “Shmuley, tudo que eu fiz para conseguir a fama, para aperfeiçoar a minha arte, foi um esforço para ser amado, porque nunca me senti amado”. E as drogas aliviavam a sua dor porque o amor dos fãs era impessoal”.

Quanto à questão da pedofilia, o rabino respondeu: “Eu não estou aqui para lavar os pecados de Michael. Ele era uma pessoa de grandes virtudes, e havia uma parte dele que se corrompeu com o passar do tempo.”

Sobre a responsabilidade pelos filhos: “Ele era um pai responsável. Ele não viajava sem os filhos. A adoração era mútua. Eles eram a única inspiração de sua vida.”

Sobre as pessoas que cercavam Michael: “Michael trouxe à tona as piores qualidades em todos nós – na imprensa, em pessoas boas. Você se sente especial estando com Michael. Muita gente boa aos poucos ia se corrompendo. A mídia não está mais lamentando sua morte, porque o trata como um ícone. Todos estamos confusos. Eu tentei ser uma das pessoas boas, e para isso tive que colocar em risco nossa amizade para lhe dizer: “Michael, você está se matando; Michael, não há normalidade na sua vida; Michael, você perdeu a sua âncora espiritual.”

“Ele era Testemunha de Jeová. Ele era mais do que isso, ele era um missionário. Depois ele abandonou a igreja, e ficou sem nada para contrabalançar toda aquela fama, e foi ficando egoista.”

Campbell Brown perguntou-lhe qual era a reação de Michael às suas admoestações: “Por um ano ele me escutou, e dizia que eu gostava realmente dele. Eu tentei ser um rabino para ele. Eu o levei para a sinagoga, para minha casa. Mas depois de um ano ele começou a me considerar uma chateação. Não estava acostumado a críticas, assumia uma postura corporal de rejeição. E tudo terminou com um de seus managers me dizendo, na frente dele: “Shmuley, você quer tornar o Michael acessível e normal. Você não entende que ele é famoso porque não é normal”.

“Foi aí que eu entendi a tragédia de sua existência. Michael estava aterrorizado com o momento em que ele se tornaria normal, quando o público o esqueceria.”

“Eu poderia ter ficado a seu lado, como um intruso, ou sair fora e seguir a minha vida. Como eu não poderia mais ajudá-lo, saí fora”.

Voltando aos casos de pedofilia: “Michael talvez tenha cometido crimes muito, muito sérios. Mas eu realmente não sei. Quero que as pessoas entendam que ele era uma alma torturada, que tinha que estar no palco para receber amor. Ele vivia na insegurança permanente. Ele foi uma das almas mais torturadas que eu conheci.”

“Dou um conselho aos pais: quando seus filhos não tirarem boas notas, não lhes digam de imediato que eles teriam que melhorar. Foi o que aconteceu com Michael. Ele tinha que mostrar serviço para ser amado. Foi isso que o matou.”

“Campbell, honestamente, quando anunciaram esses 50 concertos eu pensei que o fim se aproximava. Não havia mais condições psicológicas nem emocionais. Ele estava acabado. O resultado tinha que ser a tragédia.”

“Ele negou para mim as acusações de pedofilia. Ele me prometeu que nunca mais ficaria sozinho com uma criança, depois do processo de 1993. Ele se sentia triste porque não podia mais ajudar as crianças. Eu lhe disse: “Você não é o Messias. Você pode ajudar as crianças inspirando os seus pais para que lhes dêm mais atenção.”

“O problema foi a primeira acusação de pedofilia. Eu sabia que a segunda fora forjada, porque conhecia ao menino e sua família. O problema foi a primeira acusação. Ele jamais poderia, sob nenhuma hipótese, colocar na sua cama uma criança que não fosse dele. Mas esse é o problema das grandes estrelas: estão sempre passando dos limites. Ninguém quer lhes dizer “não”, e quando alguém diz, é colocado de lado.”

“A mãe de Michael, Katherine, é uma pessoa piedosa. Seu pai, apesar de Michael tê-lo atacado verbalmente algumas vezes, era amado por ele. Eu peço à família que chore por ele ao invés de ver nisso uma oportunidade de fazer dinheiro. Ele amava seu pai. Ele vivia para ter a sua aprovação, e disse isso para ele na minha frente.”

Aqui, a íntegra da entrevista.

Michael Jackson e o rabino Shmuley Boteach.

Michael Jackson e o rabino Shmuley Boteach.

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